O curso de Engenharia de Produção da Escola de Minas recebeu a sua primeira turma de alunos no primeiro semestre de 1998, sendo, portanto, o primeiro curso implantado em Minas Gerais e o primeiro curso pleno do Brasil. Muitas das inovações desse curso foram inseridas nas diretrizes curriculares nacionais de engenharia. O curso era uma novidade!
A ideia dos elaboradores do projeto inicial do curso “era formar um engenheiro de concepção, de sistemas, de métodos, de todos os fatores de produção.”
De acordo com o projeto pedagógico do curso[i], em traços largos, a Engenharia de Produção se ocupa do estudo, concepção, projeto, desenvolvimento, instalação, planejamento, operação, análise, avaliação, manutenção e gestão de sistemas integrados por pessoas, tecnologia, informação, materiais, energia e meio ambiente, voltados para a produção de bens e serviços, visando otimizá-los sob restrições naturais, humanas, tecnológicas, econômicas, institucionais, sociais, ambientais e culturais, e procurando superá-las por meio da educação e da pesquisa, desenvolvimento e aplicação de ciência e tecnologia.
Dessa maneira, também podemos considerar a Engenharia de Produção da óptica da Engenharia de Métodos, sendo que os seus métodos se aplicam a todos os sistemas integrados por pessoas, tecnologia, informação, materiais, energia e meio ambiente, e voltados para a produção de bens e serviços.
O Curso de Engenharia de Produção da Escola de Minas é um Curso de Engenharia de Produção Pleno, ou seja, considera a engenharia de produção como uma das grandes áreas da Engenharia, como campo autônomo e bem definido da Engenharia, portanto não sendo área de concentração de estudos ou de especialidade das antigas grandes áreas da Engenharia.
De outra perspectiva, o Curso de Engenharia de Produção da Escola de Minas é um Curso de Engenharia de Sistemas, não se confundindo com um curso de engenharia industrial; assim nossos engenheiros de produção têm formação apropriada, em extensão e profundidade, para atuar em todos os setores da economia, primário, indústria de transformação e serviços.
Para isso, tal curso proporciona sólida formação em ciências físicas e matemáticas e em ciências da engenharia, e dando a preparação imprescindível para a sua aplicação à formulação e solução de problemas de sistemas de produção.
Também propicia uma formação apropriada em tecnologia, especificamente em engenharia de processos contínuos e em engenharia de processos discretos, e em sistemas de informação e automação de sistemas produtivos, sempre levando em consideração que os sistemas da engenharia de produção são abertos e, portanto, estão em permanente interação com o meio ambiente.
Além disso, o curso dá uma formação adequada em utilidades e instalações industriais, em projeto de sistemas produtivos, em logística e transporte, em energia e meio ambiente, e em ergonomia, projeto do produto e engenharia do trabalho.
Por último, porém não menos importante, o curso dá a preparação adequada para a formação dos engenheiros de produção nas áreas de humanidades, em macroeconomia, microeconomia e economia industrial, em engenharia econômica e finanças, em teoria geral da administração, recursos humanos, organização do trabalho, engenharia e gestão da qualidade, e em ciência, tecnologia e sociedade.
Os conceitos essenciais de sistema, meio ambiente, recursos humanos, trabalho, otimização, processo, eficiência, projeto, qualidade, gestão, planejamento, informação, ciência, tecnologia, recursos naturais, materiais, energia, produto e sociedade são elos que promovem a coordenação transversal de todas as atividades da matriz curricular do curso, visando à formação de um engenheiro de sistemas.
Consoante com as diretrizes curriculares da engenharia – Resolução CNE|CES 11, de 11 de março de 2002, a matriz curricular do Curso de Engenharia de Produção da Escola de Minas articula atividades letivas e extraclasse em ciências, tecnologias e humanidades, voltadas à formação de um engenheiro de produção com os conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais:
i) compreender as características essenciais dos sistemas abertos e sua interação com o meio ambiente;
ii) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais aos sistemas de produção;
iii) projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;
iv) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;
v) planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de sistemas de produção;
vi) identificar, formular e resolver problemas de sistemas de produção;
vii) utilizar e desenvolver novas ferramentas e técnicas;
viii) supervisionar e avaliar a operação e a manutenção de sistemas de produção;
ix) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;
x) atuar e coordenar equipes multidisciplinares;
xi) compreender e atuar de maneira ética em todos os campos de atividade;
xii) compreender e desenvolver suas atividades de engenheiro com responsabilidade;
xiii) estar preparado para ocupar a sucessão de postos da carreira em engenharia e administração de sistemas de produção;
xiv) empreender ações nos setores primário, industrial e de serviços;
xv) avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental;
xvi) avaliar a viabilidade econômica de projetos de sistemas de produção;
xvii) manter-se permanentemente atualizado profissionalmente, mediante a dedicação aos estudos;
xviii) compreender e avaliar as consequências dos projetos de sistemas de produção para o desenvolvimento local, regional e nacional;
xix) compreender a assimetria das relações para atuar neste mundo globalizado e marcado por interesses locais, regionais e nacionais, individuais e setoriais.
Atualmente, são ofertadas 36 vagas semestrais, alternando entre semestres vespertinos e noturnos. O corpo docente é composto por professores qualificados e todos com dedicação exclusiva. O curso conta com ampla estrutura acadêmica, possuindo suporte de laboratórios práticos especializados e bibliotecas munidas de amplo acervo bibliográfico.
Uma parcela significativa dos alunos (aproximadamente, 1/3) é selecionada por programas de mobilidade internacional, através de incentivos governamentais e da própria universidade. Além disso, existem convênios específicos de duplo-diploma com a École des Mines de Douai, na Franca, e com a Univesità degli Studi di Palermo, na Itália. Nesses convênios, alunos interessados são selecionados de maneira a estreitar os laços de cooperação acadêmica, oferecer novas oportunidades de formação para o exercício profissional e para a vida, ultrapassando os limites colocados pelas fronteiras geográficas ao mundo.
[i] In: Cremasco, J. D. A Engenharia de Produção da Escola de Minas. 2016.